Noções de território, territorialidades

Tipo de documento:Redação

Área de estudo:Administração

Documento 1

Os estudos da ruralidade sabem estabelecer ligações diretas entre os atores sociais e assim determinar um dos motivos para a formação de sistemas produtivos localizados, fundamental para a industrialização descentralizada. A pesquisa rural se beneficiou particularmente dessa abordagem e inspirou a ideia de que o meio ambiente rural vai muito além da agricultura, e a compreensão de sua dinâmica requer a análise das formas como os diferentes atores sociais interagem. Entretanto, destaca-se, a literatura sobre desenvolvimento territorial é claramente normativa e carece de uma definição teórica clara sobre a natureza dos laços sociais que constituem os territórios. O mesmo Autor, ainda defende, com base nas contribuições teóricas da nova sociologia econômica - especialmente de Neil Fligstein - sugerindo-se estudar esses campos a partir do conceito de campo de Pierre Bourdieu.

Se o Território é um vínculo social, então o mais importante é entender a natureza das habilidades sociais de cooperação. Essas fórmulas analíticas têm alguns vieses, embora ignorem questões estruturais relevantes e apresenta uma proposta de reintegração dessas questões ao debate acadêmico e à ação política, com vistas a estabelecer uma estratégia de desenvolvimento democrático. O mesmo Autor, ainda explica que, mudanças nas bases materiais e sociais e a globalização do capital subverteram e melhoraram o uso consistente do território pelo capitalismo. Surge no primado da lógica de mercado sem obstáculos, e analisa estritamente a relação dialética entre a complexa relação entre fluidez/mobilidade de capitais e sua capacidade de captar e responder às diferenças territoriais.

Outro aspecto interessante é analisar os diferentes ambientes políticos que consolidam as escolhas neoliberais realizadas, por meio das instituições multilaterais, fortaleceram-se a urgência e a profundidade da crise e a necessidade da descentralização, da governança territorial e da interpretação localista da realidade, “sugerindo” por meio das instituições multilaterais propostas de modelos de comportamento e “recomendações” de estratégias e ações “públicas” para o desenvolvimento. Por outro lado, convém lembrar que não há dúvida de que o território também se tornou um lugar de incertezas, contingências, locus de lutas políticas. Mais do que isso, torna-se preciso reconhecer a sua dimensão social e histórica. A ciência geográfica tem feito um esforço significativo nos últimos anos, ao expandir o horizonte do território enquanto simples suporte físico ou mapa de localização dos agentes econômicos, procurando oferecer visibilidade ao território enquanto uma construção histórica e social, que de algum modo apresenta-se geograficamente.

Referências Bibliográficas ABRAMOVAY, R. Para uma teoria dos estudos territoriais. Artigo produzido em espanhol e publicado em MANZANAL, Mabel; Guillermo NEIMAN e Mario LATTUADA – Desarrollo rural – Organizaciones, instituciones y territorios, Ediciones Ciccus, Buenos Aires pp. Campinas, Editora Alínea, 2007. FLIGSTEIN, N. The Architecture of Markets – An Economic Sociology of Twenty-First-Century Capítalist Societies – Princeton University Press. FROEHLICH. J. Desarrollo rural con enfoque territorial: diferencias e semejanzas de las experiências de la Unión Europea y América Latina. In: Ortega, A. C. Almeida Filho, N. Orgs.

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