A hipertensão arterial sobre o olhar de uma população carente: estudo bibliográfico acerca da população em situação de rua

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Farmácia

Documento 1

O problema consistiu em: Quais os desafios encontrados pelo farmacêutico para o tratamento de SSR hipertensos? O objetivo geral buscou pontuar as contribuições do farmacêutico no desenvolvimento das ações voltadas para o tratamento de SSR acometidos pela hipertensão. Quanto aos objetivos específicos buscou-se: Ressaltar os aspectos legais das políticas públicas de saúde voltadas para o atendimento da População em Situação de Rua (PSR); Identificar qual é o perfil dessa população; Averiguar a incidência de hipertensão arterial na PSR. Trata-se de um estudo bibliográfico, de abordagem qualitativa, caracterizada como explicativa. Identificou-se que os sujeitos em situação de rua estão propensos ao desenvolvimento da hipertensão, haja vista que vivem em um âmbito de vulnerabilidade. Palavras- Chave: População em situação de rua.

Pharmaceutical. Hypertension 1. Introdução O tema escolhido apresenta-se imerso na área da saúde e com conhecimento em Farmacoterapia. Para que o referido tema fosse escolhido, teve-se como base inicial o fato de se tratar de aspectos relacionados à saúde da pessoa em situação de rua. Trata-se de uma temática atual e necessária, haja vista que o perfil desse grupo de pessoas se refere a uma luta diária travada contra a fome, contra as condições desumanas, as diversas exposições que sofrem e a precariedade ligada a sua saúde. e na Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, constitui-se em uma unidade de referência de Média Complexidade, de natureza pública e estatal. O Centro POP volta-se também especificamente, para o atendimento especializado, devendo ofertar, obrigatoriamente, o serviço especializado para esta população.

Nessa premissa, pretendeu-se identificar a população em situação de rua como sendo pertencente à sociedade e cidadãos que merecem cuidados relacionados à saúde. A referida pesquisa revela sua significância em decorrência dos seguintes pontos: concerne à importância acadêmica que carrega, levando em consideração que se trata de um tema referidamente atual, com um cunho social e acadêmico, torna-se fundamental o levantamento teórico a fim de subsidiar futuras pesquisas que tenham afinidade com o mesmo, haja vista que ainda se mostram escassos materiais publicados em relação à população em situação de rua e a contribuição do profissional farmacêutico para o tratamento da hipertensão. Outra relevância acadêmica trazida por esta pesquisa refere-se à sua ampliação para o desenvolvimento de trabalho acadêmico em fórum e seminário, de modo que sejam abertos caminhos que vislumbrem novas contribuições e desafios aos estudantes das mais diversas áreas, assim será possível incentivar a produção de novos conhecimentos e saberes genuínos sobre essa população, de modo que elas possam se tornar protagonistas, afim de que seja aberto um novo caminho, sendo dada a devida importância ao tratamento de PSR hipertensos.

Na segunda etapa da pesquisa realizou-se a sintetização do material levantado, para que assim fosse possível finalizar a construção do referencial teórico. A população em situação de rua: uma contextualização histórica Todos os dias ao dirigem-se ao trabalho, escola, passeios, atividades rotineiras, os indivíduos sempre esbarram com alguém que se encontra no chão da praça ou andando pela rua, sujo, mal vestido, são pessoas vistas como se já pertencessem ao cenário urbano, assim é possível notar que a condição que as pessoas em situação de rua vivenciam pode ser vista como um dos exemplos mais extremos e devastadores que se referem à pobreza e exclusão social sofrida pelos cidadãos. É definido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome o termo população em situação de rua como sendo: Grupo populacional heterogêneo, caracterizado por sua condição de pobreza extrema, pela interrupção ou fragilidade dos vínculos familiares e pela falta de moradia convencional regular.

São pessoas compelidas a habitar logradouros públicos (ruas, praças, cemitérios, etc. áreas degradadas (galpões e prédios abandonados, ruínas, etc. Acerca do surgimento das pessoas em situação de rua, Melo (2011 apud GOMES;SANTOS, 2012, p. destaca que: Segundo Stoffels seu aparecimento na Grécia antiga se desenvolve a partir da decomposição da sociedade arcaica e com as características que a seguem, tal como a consolidação da propriedade privada, estabelecimento da escravidão, das cidades e Estados, o direito escrito, a economia monetária e a divisão do trabalho. De maneira semelhante, em Roma, a mendicância seria produto de despejos rurais provocados pela guerra, da dissolução de exércitos, extensão do regime escravocrata e da consolidação da propriedade privada.

Com o passar do tempo se estabelece enquanto uma prática organizada e repleta de especificidades. Dessa forma, percebe-se que a população que vive nas ruas tem sua prevalência independente do espaço urbano e do crescimento das cidades, as mudanças que influenciaram o modo de viver dos cidadãos concernem ao início da tomada de força das cidades, quando estas passaram a representar o principal espaço de convivência humana, assim emerge consequentemente a este momento implicações econômicas e sociais, as pessoas começaram a fazer das ruas seu espaço para morar. A maioria (88,5%) não recebe nenhum benefício governamental e apenas uma minoria de 15,7% declarou sobreviver por meio da mendicância. p. Nota-se através dos dados levantados, que esta população pode ser descrita como uma população “flutuante”, a qual por diversas contingências acabam pernoitando e vivendo diariamente em logradouros públicos.

Acerca da afirmação acima, pode-se ilustrar tal afirmativa através do quadro 1, a qual destaca acerca das atividades remuneradas que são exercidas pelos sujeitos em situação de rua. Klaumann (2015, p. complementa o destacado citando que: A hipertensão arterial é considerada um sério problema de Saúde Pública, que acomete a população mundial. Em 2008 ocorreram cerca de 7,6 milhões de mortes no mundo devido à hipertensão, sendo 54% por acidente vascular encefálico e 47% por doença isquêmica do coração, principalmente em países de baixo e médio desenvolvimento econômico e com indivíduos entre 45 e 69 anos. É destacado a partir de Gandarillas et al. que o sujeito hipertenso está propenso a patologia por intermédio de algumas contingencias, dentre estas destacam-se as variáveis genéticas e ambientais.

É necessário que se leve em consideração as características do ambiente social e econômico, os quais poderão de alguma forma possibilitar o desenvolvimento da hipertensão. Brasil (2012), colabora destacando que a hipertensão é uma patologia de agravos comuns que ocorrerem na população de rua. Em decorrência dos hábitos rotineiros, como o uso de cigarros, alimentação inapropriada etc. tais doenças tem grande possibilidade de emergirem em idade mais precoce que na população em geral. No entanto, o controle dessas problemáticas pode ser bem difícil, pela inexistência de abrigamento estável, o que impossibilita o sujeito a realizar sua própria dieta, além da dificuldade para armazenarem e ingerirem fármacos em horários certos. É citado por Barata (2009), que todos devem ter acesso a utilizar os serviços de saúde, haja vista que estes atuam como indispensáveis para a resolução de suas demandas, indiferente ao grupo social pertencente.

De acordo com Brasil (2012), para que os Consultórios na Rua sejam efetivados, depende ainda da equipe que os compõem, as quais necessitam de profissionais específicos, a equipe é multiprofissional e prestam atenção integral à saúde de uma referida população em situação de rua in loco. As atividades desenvolvidas são realizadas de forma itinerante realizando ações compartilhadas e integradas às Unidades Básicas de Saúde (UBS). O autor supracitado ainda destaca que os CnaR desenvolvem seus trabalhos em prol de diferentes problemas e necessidades de saúde da população em situação de rua, de modo que desenvolve ações compartilhadas e integradas também com as equipes dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), dos serviços de Urgência e Emergência e dos demais pontos de atenção, partindo da necessidade do usuário.

Nessa premissa, Lima et al. destacam que é importante que os profissionais que lidam com a população de rua possam atuar de modo a garantira atenção, a defesa e a proteção às pessoas em situação de risco pessoal e social, bem como também realizar a aproximação de equipes dos valores, modos de vida e cultura das pessoas em situação de rua. Mediante a tal afirmação, Oliveira e Menezes (2013), destacam que é possível constatar que a atenção farmacêutica básica emerge como um conjunto de ferramentas que estão ao uso racional dos fármacos, o qual é atribuído para que seja complementada e apoiada as ações da atenção básica à saúde. O profissional de farmácia em prol da população moradora de rua ao que consiste o tratamento da HA poderá desenvolver suas atividades em consonância deum processo grupal, ou seja, com outros profissionais para que seja possível uma comunicação direta e acolhedora da equipe e garanta o compartilhamento e cumplicidades que demandem abertura e manifestação dos incômodos vivenciados pelos sujeitos que moram nas ruas.

Renovato e Trindade (2004), contribuem destacando que por meio da Atenção Farmacêutica, tem-se o paciente como figura, e não a doença, que são os pacientes que têm doses e não o medicamento. Por isso, se faz importante que seja estabelecida uma relação terapêutica entre o profissional farmacêutico e o paciente que se encontra em tratamento farmacoterapêutico. É sabido que o paciente possui autonomia e habilidade para aceitar ou não as recomendações que lhes são repassadas para uso dos medicamentos, no entanto, é importante que o indivíduo seja participante ativo do seu processo de cura, pois no caso do tratamento da Hipertensão, o indivíduo desprende parte de sua vida no papel de paciente e esta não deve ser a postura tomada por ele.

Suas trajetórias conturbadas, por problemas familiares, pelo preconceito e pela falta de acesso às condições mínimas e necessárias de sobrevivência digna, as levaram a essa situação de rua e, sobretudo, a falta de autoestima. Sentem desvalia pessoal, sendo merecedores de todos os tipos de agressões a que são submetidos. Diante disso, Barata (2009), cita que a saúde tem sua conceitualização destacada por ser um processo social, o qual tem sua origem na integração entre indivíduo e meio. Diante disso, destacam-se as pessoas em situação de rua e as possíveis patologias influenciadas pelo meio no qual está inserido, diante disso observa-se que o meio parece contribuir mais para o desenvolvimento da hipertensão em comunidades com maiores estressores socioeconômicos.

Gandarillas et al. São pessoas que tendem a internalizar a ideia de sua própria desumanidade, haja vista que recebem diariamente este olhar dos outros, contudo, esse mesmo processo de internalização é responsável por levá-lo à transformação social, quando ele nega essa desumanidade e da luta pelo seu reconhecimento como ser humano e cidadão titular dos mesmos direitos que todos os demais, ele muda a situação e sua história. O terceiro objetivo específico buscou averiguar qual a causa da hipertensão arterial em sujeitos em situação de rua, diante disso viu-se que a mesma se desenvolve não apenas em decorrência de variáveis genéticas e ambientais, pois o sujeito em situação de rua hipertenso está propenso à patologia por intermédio de algumas contingencias, as quais incluem seus hábitos rotineiros, como o uso de cigarros, alimentação inapropriada etc.

dessa forma, a hipertensão poderá emergir de modo mais precoce nesta população. Além do mais, esses sujeitos vivem em condições de vulnerabilidade, conta-se também com a influência de questões psicossociais geradoras de sofrimentos físicos e emocionais e a fata de efetivação de políticas de saúde que busquem amenizar tal complexidade. O problema da pesquisa consistiu em: Quais os desafios encontrados pelo farmacêutico ao que concerne o tratamento de sujeitos em Situação de Rua hipertensos? Fato este que pôde ser respondido com êxito, constatando que o âmbito no qual a pessoa em situação de rua está inserida predominou e ainda está presente no âmbito social é a contínua cultura de segregação e violência destinada à população de rua, sem que haja melhoria nas políticas, muito menos uma maior desenvoltura para a concretização do que é pregado pela Política Nacional da População em situação de rua.

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate á fome. Orientações Técnicas: Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua – Centro POP. Brasília, 2011. BRASIL. Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome. BRASIL. Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Tipificação Nacional de Serviços Scoiassistenciais. textos da resolução n° 109, de 11 de novembro de 2009,Brasília, DF, 2009. Reimp. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. Disponível em: http://bvsms. saude. Conselho Federal de Psicologia /conselho Federal de Serviço Social. Parâmetro para atuaçãode assistentes sociais e psicólogos (as) na Política deAssistência Social. Conselho Federal de Psicologia (CFP), Conselho Federal de Serviço Social (CFESS).

Brasília, 2013. CERVO, Amado Luiz; SILVA, Roberto da; BERVIAN, Pedro A. Estressores Sociais da Hipertensão em Comunidades Carentes. Psicologia: Reflexão e Crítica, v. n. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. KLAUMANN, Alexandre da Rocha. Moradores de rua - um enfoque histórico e socioassistencial da população em situação de rua no brasil: a realidade do centro pop de Rio do Sul/SC. Disponível em: www. uniedu. sed. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. n. MODÉ, Carolina Luiza; LIMA, Mariana Moreira; CARNAVALLI, Flávia; TRINDADE, Ariane Biolcati; ALMEIDA, Adélia Emília de; CHIN, Chung Man; SANTOS, Jean Leandro dos. Atenção Farmacêutica em Hipertensos. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada. TEIXEIRA, Elizabeth. As três metodologias: acadêmica, da ciência e da pesquisa.

Petrópolis, RJ:Vozes,2005.

667 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto

Apenas no StudyBank

Modelo original

Para download