ANEMIA CARENCIAL EM IDOSOS

Tipo de documento:Plano de negócio

Área de estudo:Serviço Social

Documento 1

A disfunção hematológica mais encontrada nos idosos é a anemia, sua etiologia pode ter diversas causas, como:as deficiências nutricionais, doenças crônicas, inflamações e causas sem explicação cientifica. O mecanismo que explica a grande prevalência de idosos anêmicos é devido ao aumento da idade que requer uma demanda maior do hormônio responsável pela maturação dos eritrócitos, a eritropoietina, entretanto a capacidade hormonal diminui com o avanço da idade (CORONA, 2014). O processo de envelhecimento do ser humano trás consigo mudanças do estado fisiológico, que pode interferir no mecanismo da homeostase sanguínea. A morbidade da anemia é prevalente em idosos que têm complicações, como infarto miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência arterial periférica, isquemia mesentérica, insuficiência hepática e renal.

Essas patologias favorecem o aparecimento da anemia de instalação rápida e carencial, por ser um problema secundário a alguma doença de base. O objetivo geral deste trabalho é identificar e descrever os fatores determinantes para o surgimento da anemia carencial no idoso. E tem como objetivos específicos: Caracterizar e descrever a anemia carencial no idoso; pesquisar as consequências do envelhecimento na vida do idoso; destacar os métodos utilizados para o diagnóstico da anemia e explicar as patologias que acomete os idosos e resulta em doenças secundarias como a anemia carencial. REFERENCIAL TEÓRICO ENVELHECIMENTO BIOLÓGICO Conforme Mendes et al. p. Envelhecer é um processo natural que caracteriza uma etapa da vida do homem e dá-se por mudanças físicas, psicológicas e sociais que acometem de forma particular cada indivíduo com sobrevida prolongada.

O estudo para desvendar a teoria do envelhecimento biológico celular iniciouse a partir de pesquisas em 1981, onde os pesquisadores fizeram culturas de células e analisaram a capacidade de duplicação da mesma. Os resultados mostraram que a longevidade é determinada geneticamente, e a capacidade de replicação celular é limitada e esse limite varia de acordo as suas características genéticas (MOTA; FIGUEIREDO; DUARTE, 2004). De acordo Neto (2005), acontece alterações orgânicas e homeostáticas na composição corpórea do idoso, onde há uma redução dos líquidos corpóreos e massa celular do organismo, essas alterações podem ser notadas a partir da estatura e peso. As alterações funcionais ocorrem em todos os setores do organismo, tento comprometimento morfológico e funcional dos órgãos e sistemas.

Saúde do idoso O idoso encontra-se assegurado pela lei n° 10. Segundo Motta et al. a importância da atenção básica em saúde ao idoso no SUS, na estratégia de saúde em família (ESF), deve ser voltada a qualidade de vida no processo de envelhecimento saudável. Porém a demanda varia entre idosos saudáveis e idosos acometidos por diferentes patologias, adequandoos nos níveis de atendimentos primário, secundário e terciário para uma resolução. A FORMAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DAS CÉLULAS SANGUÍNEAS O sangue é um tecido líquido, constituinte primordial do sistema artereo venoso e capilar, ele transporta nutrientes, oxigênio, realiza trocas gasosas participando de processos metabólicos. É composto por elementos celulares e a parte líquida, conhecida como plasma.

ml, um total de 800g de hemoglobina. As linhagens das células sanguíneas são geradas devido a hematopoese, e a partir de células-tronco hematopoiéticas, na medula óssea, incluindo a eritropoese, leucopoese e trombopoese, como mostra a figura 3. Na infância a hematopoese ocorre na medula vermelha, quando atingido a idade adulta passa a ser realizada na medula óssea amarela dos seguintes ossos: crânio, esterno, costelas, vértebras, e pélvis (KAWAHARA; SHIOZAWA, 2015). Figura 3- Hematopoese. Fonte: MedicalLabs (2013). O ferro é essencial no decurso da eritropoiese, sendo coadjuvante na síntese da hemoglobina. As fontes principais de ferro são a partir da dieta e das hemácias senescentes, este mineral apresenta-se de duas formas na dieta: heme e não heme (forma inorgânica). Uma dieta normal possui de 13 a 18 mg de ferro, porém só será absorvido 1 a 2 mg (NEGRI, 2012).

As hemácias originam-se na medula óssea a partir da proliferação, diferenciação e maturação de progenitores eritróides imaturos, são elas a BFU-E (unidade formadora de crescimento rápido eritróide), que dará origem a CFU-E (unidade formadora de colônia eritróide), seguindo os estágios de maturação, segue a sequência: pró-eritroblasto, eritroblasto basófilo, eritroblasto policromatófilo, eritroblasto ortocromático, FALCÃO;PASQUINI,2004). reticulócito e hemácia (FIGURA4) (ZAGO; 21 Figura 4– Eritropoiese. Figura 5 – Metabolismo do Ferro. Fonte: Grotto (2008). O ferro caracteriza-se por ser um metal de transição e a extensão de sua utilização biológica está na capacidade de existir em diferentes estados de oxidação, formar muitos complexos, além de agir como um centro catalítico para diversas funções metabólicas.

Presente na hemoglobina, este mineral é de fundamental importância para o transporte de oxigênio e dióxido de carbono, essenciais à respiração celular aeróbica, além de participar de componentes de numerosas enzimas celulares, importantes para o funcionamento do sistema imunológico (CARVALHO et al. A vitamina B12 é uma cobalamina encontrada nos alimentos ricos em proteínas, a necessidade diária de um homem e mulher, adultos são de 2ug/dia. Exerce, ainda, efeito biológico no sentido de estimular o crescimento de bactérias e de tecidos como glândulas epiteliais é, pois, verdadeiro metabolito, atuando, talvez, como elemento integrante de sistemas vitais mais complexos (BRITO et al. ANEMIAS EM IDOSOS Anemia é uma patologia onde o conteúdo de hemoglobina e os eritrócitos encontram-se deficientes. Portanto define-se anemia a partir da hemoglobina, diante o exame laboratorial, o hemograma, o valor da hemoglobina para mulheres não grávidas, abaixo de 12 g/dL e adultas do sexo masculino acima de 15 anos, abaixo de 13 g/dl (BRASIL, 2009).

De acordo Failace (2006, p. a anemia é uma síndrome, onde sua maior prevalência consiste na anemia ferropênica, sendo que 20% da população mundial não possui reservas de ferro no organismo. Alguns sintomas clássicos como a palidez, taquicardia e dispinéia podem ser confundidos e mascarados pelas próprias características da senescência, por outras comorbidades ou uso de medicamentos (NEKEL, 2013). Segundo Batista et al. anemia é uma patologia de caráter epidemiológico e clínico, nas ultimas décadas, a anemia carencial em especial a ferropenica, passou a ser reconhecida como carência nutricional de maior prevalência no mundo. É uma endemia de caráter cosmopolita que se distribui em todos continentes, blocos geoeconômicos e grupos sociais, embora sua ocorrência ainda conserve uma relação de dependência com renda, a escolaridade, as condições socioambientais negativas.

De acordo Oliveira (2007), as anemias carênciais faz parte das anemias por falta de produção, quando os insumos básicos estão comprometidos. O ferro é um mineral essencial para funcionalidade homeostática das células sanguíneas e atividades fisiológicas do organismo, tem um papel na produção de energia das células e no transporte de oxigênio nos glóbulos vermelhos. É necessário uma quantidade de 3 gramas a 4 gramas deste mineral no adulto para haver o equilíbrio celular, porém apenas 1,5 gramas a 3 gramas encontra-se ligados a hemoglobina, molécula responsável pelo transporte de oxigênio para os tecidos (BRASIL, 2013). A etiologia da anemia ferropriva no idoso está relacionada a diversos fatores, dentre eles a perda excessiva de sangue devido a problemas gastrointestinais, 27 câncer de colo, divertículos ou angiodisplasias, a dieta desprovida de alimentos fornecedores de ferrotambém pode ser a causa da anemia instalada.

Na anemia ferropriva os eritrócitos possui um aspecto hipocrômico e microcítico, como mostra a figura 7(GUALANDRO et al. A sintomatologia desta patologia ocasiona fadiga, prejuízo no desempenho muscular, irritabilidade, náuseas e alterações na temperatura corporal. A uma diminuição do fator intrínseco por causa de atrofia na mucosagástrica e por conseguinte a perda das células parientais, onde desencandeia uma reação auto imune, denominada anemia perniciosa(Figura 8) (ROQUE et al. Figura 8 – Hemácias macrocíticas. Fonte: Player (2008). A vitamina B12 é uma das vitaminas essenciais, sua deficiência afeta vários sistemas, hematológicas, neurológicas, psiquiátricas, gastrointestinal, dermatológicos e achados cardiológicos. Deficiência de longo prazo leva a mielinização inadequada nos medula espinal e cérebro e se manifesta com irritabilidade, apatia, perda de apetite (SERIM, et al.

Além da deficiência de eritropoetina outras situações podem contribuir para o advento de anemia em pacientes portadores de doença renal crônica, como: deficiência de ferro, deficiência de ácido fólico e vitamina B12; perdas sanguíneas, hemólise e inflamação. Os seguintes exames poderão fazer parte de uma investigação da causa de anemia nesta população de pacientes: índices hematimétricos, contagem de reticulócitos, ferro sérico, saturação de transferrina, ferritina sérica (BASTOS, 2010). Anemia na insuficiência cardíaca A anemia pode ser a causa ou a consequência da insuficiência cardíaca. Os mecanismos envolvidos na patologia: deficiência na produção de eritropoetina ou 30 resistência a eritropoietina, devida a fármacos que inibem a enzima conversora da angiotensina, e os bloqueadores dos receptores de angiotensina I e o carvedilo, hemodiluição, ativação neuro-humoral, estado pró-inflamatório (produção de citoninas - IL 1,6 e 18) e deficiência de ferro (CARDOSO et al.

A fisiopatologia da anemia na insuficiência cardíaca, esta diretamente ligada a produção de citocinas inflamatória a IL-6 e TnF que leva a anemia da doença crônica, anemia dilucional, anemia renal e anemia disabsortiva (PEREIRA et al. para a classificação de uma anemia, é necessário exames morfológico- laboratoriais, comparando-o com sua provável etiologia. A classificação pode ser feitaapartir de critérios fisiopatológicos ou sua etiologia, ou ainda nos critérios tamanho e cor- hemoglobinização; classificação morfológica ou laboratorial. Ainda é possível analisar e interpretar o hemograma a partir do histograma que é uma das ferramentas estatísticas da qualidade, onde os parâmetros hematimétricos estão expostos graficamente. Segundo Filho et al. o diagnóstico de anemia em idosos é feito a partir de critérios entre sexo e idade, idosos homens a partir de 65 anos de idade, o valor da hemoglobina é inferior a 13 g/dL e as mulheres com valor inferior a 12g/dL.

METODOLOGIA 3. TIPO DE ESTUDO O estudo é um levantamento bibliográfico de caráter descritivo exploratório, com abordagem qualitativa. A pesquisa exploratória tem o objetivo de caracterizar inicialmente o problema, classificando e definindo, onde irá proporcionar maior familiaridade com o problema exposto referente ao tema. A sua abordagem é qualitativa, pois se trata de uma pesquisa descritiva, onde as informações não podem ser quantificáveis (GUERRA, 2006). COLETA DE DADOS Foram utilizadas base de dados como o SCIELO (Scientific Eletronic Library Online), PubMed, ScienceDirect e Organização Mundial de Saúde (OMS), dentre outras literaturas clássicas, todas com relevância ao tema escolhido para pesquisa. A partir dos conceitos estabelecidos pelos autores, é notável que a teoria do envelhecimento apoia-se em diversos seguimentos, sendo eles: biológico, fisiológico, social e cultural, caracterizando em um conjunto de determinantes para estabelecer patologias provenientes do processo do envelhecimento ou patologias provenientes da situação que o idoso encontra-se.

Coussiart (2010) aponta às doenças onde a anemia instala-se devido a condição do idoso, a anemia torna-se consequência no processo da patologia. As doenças dividem-se em três grupos: doenças crônicas, anemia por sangramento, deficiência nutricional e anemia de causas inexplicáveis. Nekel (2012), também descreve os sinais e sintomas da anemia carêncial, que são: cefaleia, irritabilidade, cansaço, taquicardia, dispneia, 36 palidez e tontura, nota-se que são sinais que interferem negativamente na qualidade de vida, pois há interferências no estado físico e mental do idoso. Ele também relata que no idoso a anemia carencial por deficiência de ferro é mais recorrente em comparação a outras anemias, atigindo mais de 10% dos idosos com idade acima de 65 anos de idade.

Essa patologia tem interferência no processo auto imune, onde a um impedimento da absorção na mucosa gástrica por anticorpos, da vitamina B12 e o fator intrínseco. Lorenzi (2006) explica a função do fator intrínseco, que é essencial na absorção da vitamina B12 nas células intestinais, onde suas proteínas receptoras intermediam esse processo, facilitando a passagem da vitamina b12 para o sangue. Diante todo relato sobre a anemia nos idosos, Netto (2005), relata em seu livro, as consequências que a anemia carêncial apresenta com esse quadro de deficiência nutricional acarretando diversos problemas físicos, mentais e sociais no idoso, ela também pode surgir no papel da causadora de algumas doenças ou secundaria a elas, geralmente apresentam-se secundaria, a doenças crônicas, dentre a essas doenças destacam-se a DRC (doença renal crônica) e a insuficiência cardíaca.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Os principais fatores que determinam a anemia carencial no idoso, tem relação a diversas condições de saúde que o mesmo encontra-se, sendo uma patologia que surge por diversas causas, a começar pela idade avançada onde o corpo já não responde tão eficaz aos mecanismos que necessita para manter a homeostasia, entretanto isso não é uma regra para todos idosos, pois cada um possui suas particularidades, variedades genéticas, que colaboram para o surgimento ou não de doenças. Além do envelhecimento ser um fator crucial para o surgimento de anemia carencial, existe outros fatores que favorecem para o surgimento dessa anemia por deficiência de nutrientes e minerais, que são: má alimentação, devido a condições socioeconômicas; problemas na dentição que atrapalha no processo de mastigação dos alimentos; mobilidade muscular do membros superiores; doenças crônicas e agudas, como doença renal crônica, onde a taxa de hormônio da eritropoetina encontra-se baixa ou nula; insuficiência cardíaca pois os remédios e as células imunológicas agem negativamente na homeostase sanguínea; diabetes melitus; perdas excessiva de sangue nos aparelhos gastrointestinais.

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